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Due Diligence de terceiros — Não é algo que se faz uma vez só.

[1]A versão original deste post foi escrita em Inglês. A tradução para o Português não foi feita pelo autor. Este post foi escrito por Leah Moushey,  advogada associada no Miller & Chevalier Chartered.

Não é segredo que uma empresa pode ser responsabilizada nos termos do FCPA pela má conduta de seus terceirizados. De fato, a maioria das resoluções corporativas do FCPA envolve a participação de agentes, consultores, distribuidores, advogados, contadores ou outros intermediários terceirizados. De acordo com o FCPA, as empresas podem ser responsabilizadas por “cegueira voluntária” ou “desconsideração consciente” de  “bandeiras vermelhas“ ou “red flags” relativos a terceiros, mesmo se não tiverem conhecimento direto da existência da má conduta.

No entanto, o que pode ser menos conhecido é que a responsabilidade de uma empresa por avaliar o risco de terceiros não cessa depois que um terceiro é liberado por um processo de due diligence inicial e devidamente aceito. Ao contrário, a due diligence inicial é apenas a primeira etapa de um processo de monitoramento constante que deve continuar durante todo o relacionamento da empresa com o terceiro. Por exemplo, o Guia do FCPA lançado conjuntamente em 2012 pelo Departamento de Justiça (DOJ) e pelo Securities and Exchange Commission (SEC)  indica que as empresas devem “realizar algum tipo de monitoramento constante em seus relacionamentos com terceiros.” De forma semelhante, a norma sobre Sistemas de Gestão Anti-Corrupção da International Organization for Standardization, ISO 37001, recomenda que as empresas atualizem seus processos de due diligence envolvendo terceiros de alto risco “com uma frequência definida, de modo que alterações e novas informações possam ser devidamente consideradas”.

A abordagem de uma empresa quanto ao monitoramento de suas relações com terceiros pode variar, dependendo da natureza do relacionamento e dos riscos específicos. A lista abaixo contém estratégias possíveis que podem orientar tal abordagem:

Relatar red flags relacionados a terceiros. Por fim, e não menos importante, uma empresa deve tomar medidas para garantir que seus funcionários sejam capazes de identificar red flags relacionados a terceiros e para quem relatar esses alertas. Os funcionários devem ter contato regular com o pessoal da empresa que supervisiona empresas terceirizadas de alto risco para garantir que nenhum alerta tenha sido identificado. Relatar constantemente os alertas relacionados a terceiros é um sinal de que o programa de compliance de uma empresa está funcionando e de que deve ser incentivado. Uma lista de red flags relacionados a terceiros pode ser consultada aqui [2].

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